“ Sou um pouco do que sou, um pouco do que penso que sou e,ainda, um pouco do que pensam que sou.” ( L. P. / 2001 )
O que nos diferencia das demais espécies animais é justamente a intrigante capacidade de raciocínio que nos leva a questionamentos cada vez mais insaciáveis. Procuramos causas sobre efeitos, respostas aos enigmas, para talvez acalentar a nossa solidão diante da magnitude de um universo infinito. Então, quero especialmente esclarecer, a priori, que o objetivo deste estudo não é estabelecer qualquer tipo de verdade nem ser taxativo. Meu estímulo à estas pesquisas foi de lançar um novo olhar sobre as perspectivas e especulações à respeito do tema transexualidade. Buscando sair da minha aparente zona de conforto, ao invés de devolver o julgamento que me é dado, tento entender como somos vistos e analisados de fora, assim sou capaz de concordar ou discordar e, na medida do possível, nos melhor mostrar. Expondo, então, a realidade interna, sentida, doada e doída de ser quem somos. E somos vistos por diversos ângulos.
Ao longo de décadas temos sido julgados, na maioria das vezes não de forma positiva, nossa essência tem sido negada, escondida e apedrejada, mas também temos sido estudados e analisados pelos aparentemente mais preocupados, se não pelo lado humano, talvez preocupados com a moral e a decência, tentando justificar ou aliviar a culpa por nos aceitar tal como somos.
Neste estudo quero enfatizar algumas das principais teorias acerca da transexualidade, embora não de forma aprofundada por reconhecer as minhas limitações quanto à conhecimentos específicos no âmbito científico -psicológico. Não quero ofender ou desafiar qualquer estudo ou estudiosos, não se trata de um profissional lidando com outros profissionais, trata-se sim de um ser humano que pretende entender e se fazer entender.
Quando se trata de estudo sobre a transexualidade, tudo o que existe são especulações, não existem achados definitivos ou conclusivos sobre o assunto. As pesquisas prosseguem, e os pesquisadores se utilizam uns dos outros para acrescentar elementos em sua teoria. Aqui eu analiso quais poderiam ser as causas da transexualidade no ponto de vista de três grandes ordens teóricas: As perspectivas de ordem biológicas, psicológicas e espirituais.
Teorias biológicas para as causas da transexualidade:
Aparentemente, pouco se tem a dizer sobre as possíveis causas biológicas por ter sido a psicologia a ciência que mais explorou o tema. Embora atualmente a disforia de gênero seja considerada um transtorno mental pela psiquiatria. O que ao meu ver é bastante controverso, já que para um transtorno mental o mais coerente seria um tratamento com medicação ou psicoterapia e não um tratamento físico. Por exemplo, se um esquizofrênico diz que é o super-homem, tende-se a tratá-lo de forma a entender que ele não o é, ao invés de transformá-lo em um super-homem. Todas as tentativas de tratamento para reverter a disforia de gênero não obtiveram sucesso, os chamados disfóricos caíam em profunda depressão, o que era constante causa de mutilação e suicídio. Ao perceber que estava em risco a vida e o bem – estar do paciente, a medicina resolveu readequar o corpo físico para que fosse compatível com a identidade de gênero, não mais o contrário. Concluiu-se também que o transexual não é psicótico, ele sabe da sua biologia. Ou seja, temos total consciência do sexo biológico ao qual pertencemos e sabemos que ele é diferente da nossa identidade de gênero.
Existe na biologia pessoas que nascem com sexo ambíguo, são pessoas que nascem entre os dois sexos, situação conhecida como hermafroditismo. A disforia de gênero é também chamada falso hermafroditismo, já que o indivíduo nasce, normalmente, com a biologia perfeita, sem qualquer contradição e com as funções normais dos órgãos reprodutores. Mas, mesmo assim, encontra-se numa ambigüidade de sexos, já que sua identidade de gênero não condiz com tal biologia.
Alguns autores concluem que, em transexuais, a diferenciação do cérebro e dos genitais corre em direções opostas e indica a base neurobiológica do transtorno de identidade de gênero. Referem que a diferenciação do hipotálamo ocorre aproximadamente por volta dos quatro anos de idade e depende de fatores genéticos e níveis de hormônios pré-natais. Por isso, acredita-se também que é durante a gestação que aparecerão fatores determinantes para essa futura condição.
Teorias psicológicas para as causas da transexualidade:
A seguir irei considerar pontos que considero de relevância sobre as visões psicanalítica e psicodramática do transexualismo em virtude da importância dos estudos psicanalíticos do tema. Existem várias definições à respeito da formação da identidade de gênero, segundo diferentes escolas psicológicas.
O foco do estudo está entorno das seguintes teorias de causas:
-(baseada na ) psicanálise.
- Aprendizado social
- Desenvolvimento cognitivo
Sinto que preciso alertar que muitas teorias psicológicas podem parecer ofensivas aos transexuais, e pretendo lembrar que o fato de estudar essas teorias e considerá-las aqui não me coloca a favor de todas elas.
No final do século XIX e início do século XX, tal termo e conceituação médica não eram evidentes, sendo a questão vista como variação do amplo tema do homossexualismo, mas foi Stoller, um importante estudioso do transexualismo e da psicanálise, um dos primeiros a distingüir sexo (manifestação biológica) de gênero (manifestação sócio-cultural). Algo que para alguns ainda não é muito óbvio. Mas nós, os transexuais, convivemos ao longo de toda a vida com essa diferenciação e sabemos, intuitivamente, que sexo não necessariamente é a mesma coisa de gênero. Stoller afirmou: As experiências não podem ser reproduzidas à vontade, mas apenas por uma mãe motivada a interagir em seu filho durante todo o dia e por anos, com toda a complexa intensidade que forma o comportamento maternal… nenhuma simples experiência behavorista em laboratório pode estimular as psicodinâmicas de vida que produzem um transexual.
hipótese não-conflitiva e conflitiva.
A partir da década de 1970 do século XX, estudiosos da psicanálise e de diversas escolas psicológicas procuraram sistematizar conhecimento a respeito do tema. As dificuldades conceituais e as divergências em relação aos referenciais psíquicos, apesar de aumentar a confusão já existente, contribuíram com informações e observações valiosas.
Segundo Michel et al existem duas categorias psicológicas de entendimento da etiologia do transexualismo: uma hipótese não-conflitiva e outra, conflitiva.
A hipótese não-conflitiva avalia a relação mãe-filho como sendo emocional e corporalmente feliz e que se prolonga em uma simbiose na qual o menino se identifica com o gênero da mãe. Já a hipótese conflitiva é um mosaico de diferentes teorias propostas no qual o pedido de mudança sexual nada mais é do que uma "formação de compromisso patológico", ou seja, "nesse contexto o transexualismo é considerado uma defesa contra a homossexualidade, uma forma de perversão, um transtorno narcísico ou uma perturbação da fase de separação-individuação" Segundo os mesmos autores, haveria concordância geral de que o transexualismo apareceria como manifestação de um transtorno de personalidade do tipo "borderline", pois os transexuais apresentam muitas características similares à desses indivíduos (ansiedade crônica, difusa e flutuante; isolamento; depressão; baixa tolerância ao estresse; etc.).
Privilegiando essas experiências, Stoller desenvolve maneira particular de pensar e entender apenas o transexualismo masculino( aqui considerado como os MTFs, o correto seria transexualismo feminino) e que, segundo ele, teria como possível origem a següinte seqüência:
1. invasão da mãe em seu filho e a proximidade entre eles: extrema simbiose entre mãe e filho, gerando identificação intensa que não é rompida.
Aparentemente não existe conflito edipiano na situação edipiana. Isto porque não existe (praticamente) pai. O menino não tem rival em relação à sua mãe; ele a possui, talvez mais completamente do que o possa qualquer outra criança, porque eles são praticamente um (Stoller, 1982, p. 28).
O filho não se sente ameaçado em sua virilidade e masculinidade pelo pai, por isso o conflito edipiano não se estabelece.
2. ausência do pai: a figura paterna não ameaça e não estabelece um conflito edipiano. A escolha da mãe por um pai com as características de ausente, infantil, desleixado consigo e com o mundo ou mesmo alcoólatra e/ou distante não é por acaso e tem relação direta com a forma dessa mãe encarar a própria sexualidade e a relação com esse filho.
3. passividade e a bissexualidade do pai: Esses pais, não são apenas incapazes de tomar parte na família como homens masculinos, mas o seu relacionamento com as esposas é distante e mal-humorado. Eles não desejam assumir a responsabilidade de sua função de marido e pai, mas, sem reclamações, persistem em um casamento sem amor e quase sem sexo (Stoller, 1982, p. 68-69). Alguns até demonstram efeminação e sua bissexualidade.
4. baixa freqüência de divórcios: a taxa de divórcio costuma ser praticamente zero, apesar dos casamentos infelizes, com ataques de raiva, insatisfação sexual, desprezo e silêncios prolongados; mulheres poderosas e iradas que não podem abandonar seus maridos passivos; maridos calados que dizem que as coisas estão bem e não ouvirão o desespero atrás da hostilidade de suas esposas. O casamento é seguro e essencial para ambos e a separação seria um desastre.
5. a influência da irmã: uma irmã também pode reforçar ou dar origem ao comportamento feminino do irmão. Se a mãe não é tão competitiva nem ultramasculinizada, muitas vezes uma irmã pode sê-lo e, com isso, originar o comportamento no irmão.
Minha tese, a ser melhor testada no futuro, é de que o grau de feminilidade que se desenvolve em um menino irá variar exatamente (não aproximadamente) com aquilo que lhe tenha sido feito no início da infância (Stoller, 1982, p. 71).
Porém, nenhuma dessas causas foram pensadas no que se diz respeito aos transexuais masculinos (FTM). Contudo, as causas para a transexualidade seriam unilaterais, ou diferentes para homens e mulheres, o que torna controversa esta versão, embora não totalmente descartada, por poderia servir para justificar alguns comportamentos, mas não uma identidade de gênero. Stoller acredita que o “transexualismo” feminino e masculino têm dinâmicas diferentes.
a psicanalista parisiense Agnès Oppenheimer, posiciona-se a favor das idéias de Stoller e acrescenta-lhes alguns dados:
• transexuais são invadidos por uma obsessão, uma crença invasiva sobre sua transformação corporal;
• eles não apresentam nem transvestismo perverso nem psicose;
• eles são desconfiados, mentem facilmente, vêem as diferenças entre os sexos de forma estereotipada, trivializam seus problemas, e como não se reconhecem homossexuais, desaprovam completamente a homossexualidade.
Ovesey e Person,psicanalistas que ainda hoje servem de referência ao estudo do transexualismo, estabelecem que, mais que uma identidade de gênero feminina, os transexuais masculinos possuem uma identidade de gênero ambígüa. Desde pequenos eles têm um desejo, não uma convicção. "Eu gostaria de ser uma menina" e não "Eu sou uma menina". A convicção cristalizada só acontece quando o paciente aprende sobre a existência do transexualismo. A maioria dos pacientes comumentemente fala de suas dúvidas e da confusão sobre o quê e quem são – heterossexual, homossexual, travesti – até aprenderem e lerem sobre transexualismo.
Person e Ovesey evoluem sua conceituação estabelecendo os conceitos de transexualismo primário e secundário. No transexualismo primário, a criança recorreria a uma fantasia reparativa de fusão simbiótica com a mãe para conter a ansiedade de separação. Esta seria a etapa mais primitiva de um "continuum" de desenvolvimento e geraria uma identidade de gênero ambígua que impediria um desenvolvimento sexual adequado, levando os indivíduos a uma relativa assexualidade e a uma atividade masturbatória pouco prazerosa e fantasiosa.
Já em relação ao transexualismo secundário, dividido em transexualismo homossexual e transexualismo transvéstico, não ocorre a fusão simbiótica com a mãe mas, sim, uma relação transicional com objetos parciais. Neles a vida sexual pode ser intensa. Dessa maneira, pode-se pensar em uma "síndrome transexual", evoluindo desde um transexualismo primário a um secundário. Com isso, estabelece-se uma abordagem e conduta para os transexuais, além de uma visão na qual o tratamento pode ser diferenciado baseado na evolução psicodinâmica, adequação social, adequação pessoal e vida sexual.
Como existem vários autores psicanalíticos que discutem o tema, não vou considerar todas as fontes encontradas, sublinhando, por ora, as que considerei mais intigrantes, coerentes ou absurdas.
Poucos dos autores se dedicaram ao estudo do transexual masculino ( FTM), um deles foi Socarides, que descreve quatro características que também podem ser aplicadas às transexuais MTF:
1. intenso, insistente e persistente desejo de ter seu corpo transformado no de uma pessoa do sexo oposto;
2. convicção de ter sido aprisionado no corpo do sexo errado;
3. imitação concomitante do comportamento de uma pessoa do sexo oposto;
4. uma procura insistente de transformação sexual por meio de cirurgia e de uso de hormônios.
Os psicanalistas Volkan e Masri, seguindo as diretrizes de Socarides, apresentam características de desenvolvimento psicológico ligadas ao transexualismo feminino( aqui considerado o FTM). São elas:
1. está associada à fase pré-edípica, entre os 18 meses e três anos de idade;
2. sua identidade masculina se inicia precocemente na vida e se manifesta pelo uso de objetos entre as pernas, simulando um pênis;
3. o desenvolvimento da identidade masculina está ligada à relação estabelecida com a mãe e à ausência do pai. A mãe é usualmente deprimida e sexualmente faminta. A menina, para compensar o sofrimento materno, de forma inconsciente, se identifica como homem e passa a usar objetos entre as pernas que substituem o pênis que lhe falta e a diferenciam da mãe deprimida e sofredora;
4. na fase edípica, ao não contar com o reconhecimento paterno, identifica-se com ele para escapar da relação intensa com a mãe;
5. como conseqüência, a menina desenvolve a característica de ser centrada em si mesma e, na adolescência, o desejo cirúrgico de transformação para concretamente ter um pênis.
Identidade X identificação Jacob Levy moreno, criador do psicodrama
Identidade não deve ser confundida com identificação. Identificação supõe a existência de um eu estruturado que tenta encontrar sua identidade com um outro eu igualmente estruturado.
Identificação pode produzir-se apenas depois que a criança cresceu e desenvolveu sua capacidade de se distingüir de outras pessoas. Referimos, pois, identidade à fase mais precoce do desenvolvimento da criança (Moreno, 1974, p. 116).
Matriz de identidade
Matriz de Identidade e reconhecimento do Eu sexual, espelho sexual. Por essa teoria, antes mesmo do bebê nascer, seu lugar no mundo já começa a ser planejado por aqueles que vão participar ativamente de seu processo de desenvolvimento e formação. Este planejamento inclui desde o espaço físico que o abrigará nesta chegada, os objetos que o circundarão, o clima afetivo desta espera e as expectativas daqueles que o aguardam, depositadas em um processo nem sempre consciente. A interação dos fatores materiais, sociais e psicológicos que ocorrem neste lugar preexistente, modificado pelo nascimento do sujeito, é o que se chama Matriz.
Construção social de identidade
Período em que a criança se dá conta do próprio corpo, tomando consciência dos genitais. Percebe a diferença entre os sexos. Realiza a identidade sexual: sou um menino, sou do sexo masculino ou sou uma menina, sou do sexo feminino.
A fase do reconhecimento do eu sexual também pode ser chamada fase do espelho sexual. A partir daí se forma a identidade de gênero, compreendida aqui como uma construção social de Identidade.
compromisso patológico:
Nesta observação teórica acerca do transexualismo, considera que os transexuais, talvez por se sentirem socialmente pressionados, encontram no transexualismo uma defesa contra a homossexualidade, já que a consideram uma forma de perversão.Seria um transtorno narcísico ou uma perturbação da fase de separação-individuação. Dessa forma, assumem a transexualidade como um compromisso patológico, procurando a diferenciação do homossexualismo.
Definição de identidade de gênero segundo diferentes escolas psicológicas:
Psicanálise : própria consciência dos genitais( implícito: identidade de gênero) > Fantasia > identificação > papel de gênero
Aprendizado Social: Outras consciências dos genitais > reforço diferencial > papel de gênero > identidade de gênero
Desenvolvimento Cognitivo: Outras consciências dos genitais > rotular identidade de gênero > papel de gênero > identificação
Teorias espirituais para as causas da transexualidade:
Esta é possivelmente uma das teorias mais difíceis de se considerar devido a dispersão de idéias e ao mesmo tempo a sua enorme força cultural. Tomei como base de pesquisa especialmente entrevistas com líderes de diferentes segmentos espirituais e religiosos.
Para alguns, não existe outra causa além do mal, da lei contrária a vontade divina. Nestes casos as causas seriam as más influências que tentariam nos afastar de Deus. Acho incrível a facilidade com que se fala de pessoas que“ se curaram” e que Deus as libertou desse “mau”. Para não colocar em prova a minha capacidade de crer que para Deus nada é impossível, não me posiciono quanto ao fato de que nem a medicina nem a psicologia conseguiram reverter a condição do transexual.
Diante dos relatos, pude constatar, que as pessoas possuem domínio de suas ações quando são mentalmente estáveis ( se é que posso usar este termo), então, quando pressionadas, ou quando sentem que podem estar ofendendo profundamente a Deus, elas podem optar por não mais assumir sua condição como transexual, tentando levar uma vida que a sociedade e que Deus aprovem. Porém, custo a acreditar ( não pondo Deus à prova ), que grande parte dessas pessoas realmente não se sinta mais com a identidade de gênero que assumia sentir. Mas por encontrar conforto espiritual, esta pessoa agora pode se sentir emocionalmente confiante a ponto de renunciar o modo de vida,mudando sua posição diante da sociedade, o que é diferente de conseguir mudar sua condição como disfórico.
Existe uma teoria espiritual baseada na transmutação. Essa teoria é de um segmento espiritualista com base reencarnacionista. Ou seja, por acreditar que existem vidas sucessivas, acredita-se que de uma vida para outra ocorre um processo chamado transmutação: o espírito que antes possuía um corpo masculino , agora poderá nascer com um corpo feminino e virceversa. Acredita-se também em transmutação para outras espécies animais ou vegetais. Então, quando um espírito não espera o tempo determinado para que ocorra este processo de transmutação e reencarna precocemente, o indivíduo acaba nascendo com imperfeições. È através desta teoria que alguns espiritualistas justificam a transexualidade.
Outra teoria espiritualista é justificada pela possessão. Quando um indivíduo sofre influência de espíritos e assume a(s) característica(s) destes.
Como podemos verificar neste breve estudo, existem inúmeras contradições e segmentações especulativas no que diz respeito ao tema. Achei que seria interessante expor aqui algumas das diversas perspectivas que tentam desvendar o que para mim seria somente mais uma das particularidades e diversidades da espécie humana. Talvez, no fundo seja mais simples do que tudo isso, talvez, nos falte entender que a amplitude do ser humano jamais conseguirá se limitar a padrões pré estabelecidos pelas costuras culturais. Darwin, teórico evolucionista, observou em seus estudos diferentes padrões de comportamentos sexuais no reino animal, além dos que consideramos convencionais para a procriação e perpetuação das espécies. Acredito que a natureza permita em seus mistérios diferentes expressões, abrir a mente para receber a diversidade do corpo e da mente como uma dádiva, seria, na minha opinião, muito mais enriquecedor para a evolução humana.
Olá,
ResponderExcluirDo que descobri até aqui, após dez anos de observação, foi que todos querem explicar algo. Uma necessidade de ter respostas.
Por que não tê-las parece tão assustador? Por que precisamos justificar algo ou alguém? Por que precisamos encarcerar pessoas em teorias, conceitos, hipóteses?
Do que temos tanto medo?
Em última instância, perguntas podem até gerar especulações, como bem colocado no texto. E estas, por sua vez gerarão outras e assim sucessivamente.
E se não houverem respostas? Quando seremos capazes de apenas ser, e respeitar a existência do outro sem que isso precise carecer de explicação ou justificativa?
E não, não espero respostas. Espero perguntas porque elas sim nos levam a algum lugar, e além, nos levam a nós mesmos.
Oii
ResponderExcluirRealmente o Ser Humano precisa colocar rotulo de tudo!!
Mas acredito que cada um tem que fazer o que se sente bem para viver bem, nao precisando da aprovação de ninguem.
Agora na parte espiritual, nao temos como comprovar mas sabemos de relatos de que isso realmente acontece e se acontece é por algum motivo, talves por um carma, ou por um resgate que teriam que passar... se Deus aceitou o nascimento e anos depois a cirurgia para a "mudança do sexo" então podemos dizer que nada é por acaso. Tudo tem um significado talves nao uma resposta aqui no mundo fisico mas um significado espiritual para as coisas acontecerem...
Estou adorando seu blog cada vez fico mais interesada em ler e saber mais a respeito sobre um assunto que nao tenho tanta intimidade!!
Parabens!!
Verdade Homer, sou a favor da sua colocação, as perguntas são a força motriz que nos movem pra frente na busca do autoconhecimento.
ResponderExcluirMuito Obrigado meu amigo pelo maravilhoso comentario, sua participação no meu blog é sempre uma honra.
Como coloquei no texto, a intensão da pesquisa foi mostrar como somos vistos, muito da forma como somos vistos é o preço que pagamos pelo nosso silêncio. Particularmente nao sou afavor da disforia de genero como uma patologia, portanto, também não encaro causas específicas como verdadeiras nem necessárias.
Um forte abraço!!
Flah...
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentário e pelo acréscimo espiritual,continue participando com suas belas colocações!
um forte abraço pra vc, minha amiga e irmã por afinidade!!
Bom, posso dizer que tive uma aula te lendo. Nesse post, espeficamente, sobre o tema. No blog como um todo, de vida.
ResponderExcluirOlha, eu ouço tantas interpretações (profissionais ou não) sobre transexualidade que não sei se tenho opinião totalmente formada. Mas, como disse o Homer, isso não é o importante.
Posso estar falando uma besteira, e talvez seja até ofensiva, mas me dá uma certa irritação quando definem a sexualidade como sendo uma escolha, e por pensar assim eu respeito homossexuais, transexuais (apesar de alguns (inclusive os próprios) não saberem diferenciar os mesmos)...
Claro que isso é uma questão individual, mas, não creio que seja tão simples enfrentar tantas coisas por uma rebeldia infantil ou por um capricho qualquer. Acho que sexualidade vai além de se olhar no espelho e pensar "ah, hoje eu acho que gosto disso ou daquilo" e no dia seguinte mudar de ideia.
Como você muito mais que a mim sabe, tem toda uma sequência até o momento de se concluir o que se é ou não. A princípio há muita dúvida, confusões, conflitos internos... A pessoa não decide apenas por opção e sim porque é como ela se sente. Como cada qual chegou a ter essa conclusão, a mim, seria interessante, mas não o de mais relevante.
Bom, acabou que minha postagem virou um texto. E comecei a falar tanto que nem sei se me perdi em algum momento, só fui me expressando. Se falei alguma besteira ou se não consegui expressar direito o que penso, me desculpe.
Felipe,
ResponderExcluirPrimeiro gostaria de te agradecer imensamente pelo comentário. Você não escreveu nenhuma besteira não, foi muito sincero no que disse e soube muito bem se expressar. è realmente um assunto aparentemente complexo que se confunde com outras abordagens sobre sexualidade, mas como vc falou: eu também "não creio que seja tão simples enfrentar tantas coisas por uma rebeldia infantil ou por um capricho qualquer."
As pedras no caminho de um transexual são muitas e por vezes perigosas,se agente pudesse optar alguma coisa, seria muito mais fácil optar não enfrentá-lo a enfrentá-lo.
Um grande abraço pra vc e muita luz!
A busca por soluções deve e pode ser seguida por todos que
ResponderExcluirde alguma forma se sinta nesse dever. O que não podemos deixar de considerar é a imensa misericórdia de Deus para com todos,
se nessa luta por sua busca o transexual não se enveredar por
caminhos tortuosos e de promiscuidade e acreditar que existe
um Deus no céu, com certeza ele mais cedo ou mais tarde, encontrará não só a resposta, como a solução para o seu problema.
Estou adorando seu blog e suas ideias. No entanto, quero aqui mostrar algo sobre essas teorias psicológicas (não sobre você): ELAS NÃO EXPLICAM NADA. Elas criam novos problemas teóricos a serem explicados. Elas não usam dados, nem fatos, nem observação, nem princípios gerais, nem experimentação, ou seja, não são nada que possa ser classificado como sendo uma Ciência. "Complexo de Édipo", por exemplo, é um conceito inventado, que não tem comprovação científica nenhuma. A psicanálise é uma das muitas abordagens da Psicologia; e se ela diz que o complexo de édipo existe como fase psicológica, há mais de 10 teorias dizendo o contrário (Skinner, Piaget, Jung, e muitos outros). Essa história de mãe de um jeito e pai ausente, essa história não prova nada: existem gays homens que tiveram mãe fria e pai ausente, mas isso também ocorre com transexuais e heterossexuais. Por que certos homossexuais e certos transexuais têm os mesmo tipos de pais, mas são diferentes? A psicanálise inventa explicação, mas não apresenta fatos. Basta observar a realidade para ver que essas teorias são puras invencionices. Causam mais sofrimento as pessoas. É por isso que os profissionais estão perdidos. Parabéns pelo post e pelo blog.
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