sexta-feira, 27 de agosto de 2010

AS BARREIRAS DO AMOR


Tudo bem...imagino que ao ler o título desta postagem vocês devam pensar: “ lá vem mais um papo de homem apaixonado, nada político...” pois sim, é de fato um texto movido pela paixão, mas é também político, crítico e questionador. Afinal, vivemos uma luta que é feita e refeita diariamente, uma luta sem armas, mas em que muitas vezes saímos feridos e ferimos também, por isso deve ser cuidadosa, deve introduzir as questões para serem refletidas. Quero falar de preconceito, não é um tema que caiu em desuso, porque quanto mais entro no universo dos que são discriminados e marginalizados, vejo que o preconceito e a discriminação não param por aí. Pra quem pensa que o grupo LGBT é um grupo que se une para combater os preconceitos externos, não imagina que dentro do próprio grupo existe uma outra gama, diga-se de passagem, muito grande, de preconceitos internos, de sub grupos que rejeitam e são rejeitados pelos demais. Mas o pior acontece, quando duas pessoas de diferentes subgrupos se apaixonam e se relacionam, pronto está comprada a guerra! Vem as críticas e as ameaças, perguntas como: “Então você não é mais isso agora você é aquilo?” na tentativa de restabelecer rótulos... Depois da identificação e da conquista da identidade, penosa e sacrificada, ainda somos capazes de quebrar edificações sólidas que nós mesmos construímos.
O transexual estabelece sua identidade como homem ou mulher, e quer ser visto e tratado como qual , mas será que é coerente um homem transexual exigir para si somente mulheres biológicas? É contraditório, é o mesmo que exigir que mulheres biológicas se apaixonem somente por homens biológicos e vice versa . Não faz sentido! Um homem e uma mulher podem se apaixonar independente da condição em que se encontram. Assim com dois homens ou duas mulheres... Então porque é tão polêmico o amor entre um homem e uma mulher ambos transexuais?
Quando se trata de identidade de gênero, não existem culpados, não existem causas generalizadas, mas deve existir o respeito por essa identidade. A minha mulher transexual não é mais nem menos mulher do que muitas que nasceram assim. E eu, não sou mais nem menos homem... somos pessoas, somos um homem e uma mulher apaixonados, doa a quem doer!

12 comentários:

  1. Com certeza os paradigmas ainda são mto fortes quando se fala em relacionamentos, porém, o mais interessante de tudo isso é como alguns são fortes e decididos o suficiente para quebrar esses paradigmas e preconceitos e, ao fim, lutar pela igualdade até msmo em um setor que deveria ser respeitado por direito, que é o de relações humanas. Mais uma vez, parabéns pelas suas palavras :)

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  2. Olá,

    Polêmico. Será que existe algo em sexualidade e / ou relacionamentos amorosos, que não seja de alguma forma polêmico, um tanto tabu?

    Creio que não.

    Trans, heteros, homo, les, bis, pan, inter, não importa, temos pré-conceitos de como as coisas, as pessoas, deveriam ser, se comportar, viver.

    E quando, de alguma forma, algo é percebido como diferente, pronto, não importa se estamos dentro de um grupo semelhante, será considerado estranho.

    Tudo que fugir a minha percepção da realidade será visto com estranheza. E por percepção digo tudo que ela incluí, do básico a decodificá-la em signos psicológicos.

    E ai não importa quem você é, ou em que grupo possa porventura se encaixar.

    Não é porque transexuais subvertem a "normativa" de gênero de forma explícita, o que para a gde maioria é assustador, que eles irão compreender algo que se passa fora da sua construção subjetiva.

    Da mesma forma, hetero, homo, les, bi, e tantos mais rótulos quanto possam existir.

    E se eu não tenho essa experiência, fica difícil não qualificá-la, questioná-la, julgá-la. Na verdade se torna mais fácil pq está fora de mim. Ou ao menos assim é entendido.

    Não que devessemos. O mínimo é respeitar o espaço do outro, mas no mundo atual, o privado e o público se confundem em um grande palco a céu aberto.

    No final das contas, resta saber por que alguém se preocupa tanto com a vida alheia. Mas aí, isso não seria um comentário...rs.

    Abrs!

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  3. Falávamos disso 4a feira, certo? Minorias são tratadas como tal. Precisamos lutar por um mundo INCLUSIVO, que aceite toda a diversidade humana. E o amor é independente de barreiras! Viva o amor! Tabuh

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  4. É realmente válido lutar por um mundo INCLUSIVO porque o preconceito sempre existirá, e mesmo entre nós, homossexuais.
    E viva o amor.

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  5. Parabéns pelo blog , e você tem que ser o que você realmente qr ser , fiquei mto feliz com esse blog e mais uma vez PARABÉNS pq escrever sobre tudo isso é bem legal , pq muita gente ñ te coragem [ q alias são tão normais escrever sobre isso ]

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  6. parabens pelo blog, primeira visita aki!
    adorei o texto, sempre indaguei sobre isto, porem concordo com vc, para o amor nao existem limites, nem barreiras, nao veria problema, afinal, como vc mesmo disse, são homens, nao existe meio homem ou homem t ou homem ts, é homem! beijinhos

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  7. Num venha me dizer q eh cunhu politico não q eu sei q vc tah apaixonado sim...
    seu bestão, bjo na bunda kra!

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  8. Cara,
    Vc é phoda!! Manda ver! Seja feliz e pronto!
    O mundo não precisa aceitar certas coisas, basta que as respeite!
    Cada um com seu cada um e pronto!
    Abs,Felicidades

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  9. Boa nite! Li seus posts e mas tenho uma dúvida. Vc fez a cirúrgia para reconstrução do pênis? Se fez tire outra dúvida, vc sente prazer e consegue dar prazer? Pergunto poirq já li q é uma cirúrgia sacrificada e sem orgasmo?

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  10. nossa queria mto ser teu amigo e poder trocar conhecimentos... penso da mesma forma..gostei mto do texto...me envie email se puder para mantermos contato, tenho 27 anos e sou de SP. dyegobonucci@ig.com.br
    abraços

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Parabéns pelo blog, parabéns pela coragem de 'SER VOCÊ" mesmo, parabéns!
    Sou uma mulher cisgênero que até 5 meses atrás, apesar de conviver com o mundo LGBT, não preocupava conhecer ou defender, simplesmente não tinha informações suficientes para entender todo esse grandioso e belo universo.
    Hoje, sou completamente apaixonada e namoro um maravilho e especial homem trans e posso dizer que de uma certa forma, vivo o dia-a-dia trans. Os preconceitos, as barreiras, os pensamentos errados, as classificações ridículas e tudo de cruel que imaginam referindo-se ao mundo trans. Ir ao médico, á balada, ao Motel (rs) para ele é um constrangimento, pois ainda não conseguiu mudar seus documentos e isso porque já tem os laudos e os exames comprovando sua perfeita condição neurológica e em mãos a comprovação de um profissional, como sendo Transexual.
    Há um muito mais na palavra HOMEM que a genitália, a barba, a voz; ser HOMEM é honrar a sua mulher, sendo ela trans ou cis, ser homem é ter coragem de enfrentar os problemas da sociedade e mudar o que conhecemos como machismo, mostrando que é possível ser homem e não maltratar uma mulher.
    Tenho um pai machista, que vê minha mãe como a simples dona de casa, obrigada a cuidar de tudo sem esperar um obrigado ao menos e conhecer meu namorado me mostrou que HOMEM é aquele que cuida de uma mulher, e todos os dias lembro a ele: VOCÊ É ESPECIAL E É ISSO QUE TORNA INCRÍVEL!

    O amor não vive pelo corpo, a matéria se desfaz e o que resta é a nossa alma, ame sua mulher com sua alma e viva esse amor intensamente!

    Abraços!

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